segunda-feira, 15 de junho de 2015

Ruy Cabeção anuncia aposentadoria: "O futebol está me fazendo mal"

Ruy Cabeção se cansou do futebol. Uma semana após reclamar dos atrasos de salário no Operário-MT, seu último clube, e cogitar a aposentadoria, o jogador cumpriu a promessa. Ruy agora é ex-jogador. Aos 37 anos e com 14 clubes no currículo, ele anunciou que não atuará mais nos campos. O ex-lateral de Cruzeiro e Botafogo postou em seu perfil nas redes sociais uma mensagem de despedida dos gramados, na qual alegou que o futebol está lhe fazendo mal e que pretende se dedicar mais à família.

 Paro porque o futebol hoje, esta me fazendo mal, pois sempre fui extremamente profissional. O sacrifício das dores, morar sozinho, distância da família e amigos, perderam a razão – publicou o ex-lateral, que vinha atuando como meia em seus últimos clubes.
Em seus últimos anos na carreira, Ruy passou por várias equipes menos expressivas e se tornou um porta-voz dos jogadores que atuam em tais clubes. O ex-jogador denunciou vários problemas por onde passou, como atrasos de salário e falta de estrutura nas equipes, e se tornou um dos membros atuantes do Bom Senso FC. Em entrevista recente ao GloboEsporte.com, Ruy soltou o verbo contra os dirigentes brasileiros.
O ex-jogador foi revelado no América-MG, onde foi campeão mineiro em 2001. Do Coelho, ele foi para o rival Cruzeiro. Na Raposa, o Cabeção também foi campeão estadual. Ruy passou ainda por Guarani, Botafogo, onde foi campeão carioca em 2006, Figueirense, Náutico, Grêmio, Fluminense, Boavista, Brasiliense, Ipatinga, Alecrim-RN, Mixto e Operário-MT.

Confira na íntegra o texto publicado por Ruy:   
ENCERRO hoje, minha carreira de atleta profissional do futebol. Aos 6 anos correndo atrás da bola, 16 anos de profissional. Vários títulos, vitórias e derrotas também, mas sempre procurando melhorar e aprimorar. Quando saio na rua muitos me perguntam. Vai parar porque (sic)? Está muito novo, não aparenta a idade que tem, esta magrinho, em forma e etc. Paro porque o futebol hoje, esta me fazendo mal, pois sempre fui extremamente profissional. O sacrifício das dores, morar sozinho, distância da família e amigos, perderam a razão. Pelo lado financeiro, vale demais, sempre muito bem remunerado. Gostaria de continuar no meio, vários treinadores, preparadores físicos, diretores, presidentes e jogadores, comentavam que tinha perfil. Sempre joguei com muito RESPEITO por todas as camisas que usei, infiltrações, remédios, as inseparáveis dores e as (sic) vezes cansaço. O AMOR me faz parar, minha família sofre muito com a distância, a minha maior incentivadora, minha MÃE clama por isso. Ela pode falar , porque caminhava 10 quarteirões e ficava sentada 3 horas, esperando o fim dos treinos, futsal 1985. Voltarei a ser uma pessoa comum, ver minhas filhas crescerem, uma com 10 anos e outra com 7 anos. Levarei a escola, farei para casa e realizarei seus sonhos como um Pai de verdade. Participarei das festas da família e aniversários, perdi 95%. Poderia ficar aqui escrevendo horas e horas, sem parar. Perceberam que não falei aqui das coisas ruins, principalmente das lutas destes últimos 2 anos. DEUS me conheci (sic) muito bem, esses clubes destes períodos e presidentes, que se cuidem, a mão DELE é pesada. Tirando estes 2 anos, façam as contas e vejam minha carreira. Agradeço do fundo do coração, a todos funcionários e torcedores, que me trataram com carinho e respeito. Aprendi demais com o futebol, muitos pensam que é simplesmente, ali dentro de campo. Fora dele que está a maior experiência, relacionar se (sic) com as pessoas, num mundo de dinheiro, corrupção, poder, glamour, orgulho e vaidade. Sobrevivi, sem perder as minhas raízes. Conquistei várias coisas materiais, mas meu maior título, foi o respeito de várias pessoas, independente do seu escalão. Valeu futebol e Ruy, ou melhor, RUY CABEÇÃO.
globo.com

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